O Brasil paga caro por ter estradas intransitáveis, ferrovias obsoletas, aeroportos sobrecarregados, hidrovias subutilizadas e portos entupidos. Segundo pesquisa do Centro de Estudos de Logística do Instituto Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o total gasto pelas empresas com logística atingiu R$ 271 bilhões entre 2006 e 2007, o que representa cerca de 11,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Em relação à pesquisa anterior, feita em 2004, houve aumento de mais de 27%.
Um dos itens que mais pesaram foi o custo dos estoques acumulados para compensar atrasos nas entregas de matérias-primas e produtos acabados – que atingiu R$ 89 bilhões em 2007, ante R$ 70 bilhões em 2004, salto de 27%, apesar da queda de 0,95 ponto percentual na taxa Selic no mesmo período.
“Temos uma infraestrutura de logística inadequada, que limita o crescimento do País”, afirma o professor Maurício Lima, coordenador de cursos do Centro de Estudos de Logística do Coppead e um dos responsáveis pela pesquisa. O problema, segundo ele, é que o transporte rodoviário responde, hoje, por 56% do total de carga movimentada no país, enquanto a participação do ferroviário é de 25% e do aquaviário, 14%. Nos EUA, por exemplo, a distribuição é mais uniforme: lá, cerca de 45% da carga são transportados por ferrovias; e 35% por caminhões.
Outro problema que gera prejuízos aos cofres públicos e das empresas é a péssima malha viária nacional. Os acidentes nas estradas em todo o país custam, anualmente, R$ 22 bilhões, de acordo com pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). Considerando somente o Estado de São Paulo, o estudo mostrou que, em 2008, foram gastos R$ 503 milhões com acidentes nas rodovias federais, R$ 3,3 bilhões nas estaduais e R$ 411 milhões nas municipais.
Segundo a técnica do Ipea Patrícia Morita, esses custos incluem a perda de produção da pessoa que fica sem trabalhar, os gastos com saúde e resgate, a reabilitação, os danos aos veículos, a perda da carga do caminhão, a remoção do veículo e o translado da carga, além de danos às propriedades pública e privada. O custo médio de uma pessoa que sai ilesa de um acidente com caminhão é estimado em R$ 1.207; já um ferido resulta em um ônus ao governo de R$ 38.256; uma vítima fatal chega a custar R$ 281.216.
Segundo o Plano Nacional de Logística e Transporte, elaborado pelo governo federal, há necessidade de investimentos anuais de R$ 18,2 bilhões em logística para sustentar o crescimento do país e evitar os prejuízos sistemáticos, valor bem distante da média dos últimos anos, de cerca de R$ 3 bilhões. E mesmo que os investimentos previstos pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) sejam realizados integralmente, chegariam a R$ 12 bilhões anuais – faltaria ainda 1/3 de recursos para chegarmos ao valor ideal.
Fontes: Agência Estado, Ipea, Coppead e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Um dos itens que mais pesaram foi o custo dos estoques acumulados para compensar atrasos nas entregas de matérias-primas e produtos acabados – que atingiu R$ 89 bilhões em 2007, ante R$ 70 bilhões em 2004, salto de 27%, apesar da queda de 0,95 ponto percentual na taxa Selic no mesmo período.
“Temos uma infraestrutura de logística inadequada, que limita o crescimento do País”, afirma o professor Maurício Lima, coordenador de cursos do Centro de Estudos de Logística do Coppead e um dos responsáveis pela pesquisa. O problema, segundo ele, é que o transporte rodoviário responde, hoje, por 56% do total de carga movimentada no país, enquanto a participação do ferroviário é de 25% e do aquaviário, 14%. Nos EUA, por exemplo, a distribuição é mais uniforme: lá, cerca de 45% da carga são transportados por ferrovias; e 35% por caminhões.
Outro problema que gera prejuízos aos cofres públicos e das empresas é a péssima malha viária nacional. Os acidentes nas estradas em todo o país custam, anualmente, R$ 22 bilhões, de acordo com pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea). Considerando somente o Estado de São Paulo, o estudo mostrou que, em 2008, foram gastos R$ 503 milhões com acidentes nas rodovias federais, R$ 3,3 bilhões nas estaduais e R$ 411 milhões nas municipais.
Segundo a técnica do Ipea Patrícia Morita, esses custos incluem a perda de produção da pessoa que fica sem trabalhar, os gastos com saúde e resgate, a reabilitação, os danos aos veículos, a perda da carga do caminhão, a remoção do veículo e o translado da carga, além de danos às propriedades pública e privada. O custo médio de uma pessoa que sai ilesa de um acidente com caminhão é estimado em R$ 1.207; já um ferido resulta em um ônus ao governo de R$ 38.256; uma vítima fatal chega a custar R$ 281.216.
Segundo o Plano Nacional de Logística e Transporte, elaborado pelo governo federal, há necessidade de investimentos anuais de R$ 18,2 bilhões em logística para sustentar o crescimento do país e evitar os prejuízos sistemáticos, valor bem distante da média dos últimos anos, de cerca de R$ 3 bilhões. E mesmo que os investimentos previstos pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) sejam realizados integralmente, chegariam a R$ 12 bilhões anuais – faltaria ainda 1/3 de recursos para chegarmos ao valor ideal.
Fontes: Agência Estado, Ipea, Coppead e Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
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